Nós esmiuçamos os dados da pesquisa realizada pela We Are Social em parceria com Hootsuite
Saíram dados fresquinhos da pesquisa Digital 2020, uma das mais confiáveis mundialmente sobre o mundo das mídias sociais e das tendências digitais, inclusive com o impacto da pandemia de Covid-19 no comportamento das pessoas, mortais como nós, que tiveram a vida virada de ponta cabeça nos últimos quatro meses.
Mas antes, um pequeno prefácio. Quando a gente diz:
– Sim, você ainda precisa continuar olhando com muito carinho pro Facebook.
– Sim, esse momento de pandemia é um momento único pra você investir em conversar com seu público
– Sim, as pessoas estão se informando basicamente pelas mídias sociais
– Sim, corra pro LinkedIn
– Sim, é melhor ter um perfil com menos seguidores do que um gigante cheio de gente nada a ver
– Não, não dá pra confiar no alcance orgânico porque ele é ridículo e não vale o seu tempo investido em produzir um bom conteúdo
Eu juro que não é achismo, é matemática e muito estudo. Hoje eu venho aqui pra provar – com números confiáveis:
Os dados da pesquisa Digital 2020 confirmam uma tendência meio óbvia, mas importante: estamos passando mais tempo on-line desde que começou a pandemia de Covid-19, comprando mais em lojas virtuais e também dedicando mais tempo às mídias sociais.
As vendas digitais dos supermercados foram as que mais cresceram: 35,3%, seguidas pela de equipamentos esportivos (34,2%), de produtos de tecnologia (27,8%). A maior queda foi na venda on-line da área de turismo (-31,15).
A palavra “coronavírus” também foi a terceira em volume de pesquisas em todo o mundo, atrás apenas de Facebook e Google. Superou inclusive o YouTube nos buscadores e o combo notícias/previsão do tempo (normalmente entre as mais procuradas). 35% dos brasileiros pretendem trabalhar mais de casa depois que a pandemia passar.
De acordo com a pesquisa Digital 2020, 70% dos entrevistados aumentaram o tempo no smartphone e 47% o tempo no notebook/laptop.
54% relataram passar mais tempo assistindo shows e filmes nas plataformas de streaming
43% dedicam mais horas por dia às mídias sociais
36% usam mais aplicativos móveis
35% contaram que estão jogando mais on-line no computador ou celular
16% aumentam a produção de vídeos pra internet
15% estão ouvindo mais podcasts
37% estão ouvindo mais música por streaming
E como o digital tem ajudado durante o período de Covid-19? 83% dizem que se mantém informados sobre as medidas de isolamento/lockdown, 76% para ajudar na educação dos filhos, 74% para manter o contato com a família e os amigos, 67% para trabalhar, 65% para entretenimento e 45% para compras.
Para 59% dos entrevistados, as marcas devem continuar anunciando normalmente na pandemia.
80% das pessoas com mais de 13 anos usam mídias sociais
Cada pessoa tem, em média, 8,8 contas em mídias sociais
40% usam as mídias sociais para o trabalho
Os brasileiros passam em média 3h38 nas mídias sociais, o terceiro maior público do mundo
60% pesquisam sobre as marcas na internet
O Brasil foi o país que mais cresceu no mundo em alcance no Facebook, com um crescimento de 8%, chegando a 130 milhões de pessoas. E olha só que dado interessante pra quem produz conteúdo de qualquer tipo: 98% usam o aplicativo pelo celular e apenas 1,7% apenas pelo desktop. Oito em cada dez brasileiros usam o Facebook tanto pelo mobile quanto pelo computador.
80% dos usuários têm celulares com sistema operacional Android e 14% iOS.
Em média, cada usuário brasileiro curtiu 16 posts nos últimos dias, comentou nove vezes, clicou em 17 links e fez apenas um compartilhamento em sua rede. Os tipos de post mais compartilhados são: fotos/imagens (50%), links (25,9%) e vídeos (20%).
O engajamento orgânico médio de uma página no Facebook é de 0,21% da base de fãs.
Ou seja, você precisa urgentemente rever sua posição sobre não patrocinar o conteúdo. Um índice desses não vale nem o tempo que você gastou pra produzir ou contratar alguém pra fazer.
Outra curiosidade que vale pra quem sonha em ter uma página com MUUUUITOS seguidores: o engajamento cai quanto maior for sua base de fãs. Uma página com menos de 10 mil seguidores chega a ter 0,67%, se estiver entre 10 mil e 100 mil seguidores cai para 0,33% e com mais de 100 mil fãs, fica em 0,14%.
O uso do Instagram também cresceu no Brasil durante a pandemia: aumento de 11%, o maior do mundo. Chegamos a 91 milhões de pessoas alcançadas.
Ahhhh mas minha conta não está crescendo quanto eu queria! Sabe qual o crescimento médio de seguidores no Instagram? 1,39%.
As contas postam em média 1,2 posts por dia, a maioria em fotos (62,7%), vídeos (23,8%) e carrossel (13,6%).
E a mesma lógica de engajamento maior nas contas menores se repete no Insta: 1,06% nas com menos de 10 mil seguidores, cai pela metade quando passa dos 10k – 0,69% e chega a 0,56% nas com mais de 100 mil followers.
Por que isso acontece? Bem, ambas são controladas pelo Facebook, que nunca escondeu a preferência pelas pequenas comunidades, os engajamentos mais genuínos com quem é mais próximo. Se esse é o seu caso, aproveite a ajuda do algoritmo!
.O Brasil é o quarto país no mundo em uso do LinkedIn, com um crescimento de 5% nos últimos meses. É uma rede usada principalmente pelo público de 25 a 34 anos.
Já o Twitter cresceu no Brasil, mas caiu 16% em alcance no mundo. É usado por apenas 5,6% da população mundial e uma rede principalmente masculina: 65% dos usuários são homens.
O contrário acontece com o Pinterest, que tem 76% de mulheres principalmente na faixa de 25 a 34 anos.
E o Tiktok continua sendo o aplicativo mais baixado do mundo, está em franco crescimento, mas tem muito espaço a percorrer: é usado por 13% dos brasileiros. O YouTube é utilizado por 33% da população, mas chega a 1 bilhão de horas assistidas todos os dias no mundo.
Não é segredo pra ninguém que as mídias sociais vem mudando radicalmente a forma com que as pessoas se informam. Claro que tem o lado ruim de muitas pessoas não lêem mais do que a manchete da notícia, mas é fato que essa é uma oportunidade. Entender os números é essencial também para os jornalistas.
Os brasileiros são os que mais se preocupam com fakenews no mundo: 84% dizem se preocupar em saber se as notícias que recebem são reais.
Canais mais utilizados para ter acesso a notícias:
82% internet, incluindo mídias sociais
65% televisão
55% somente mídias sociais
28% mídia impressa
30% rádio
51% dizem confiar na imprensa na maioria do tempo (a média mundial é de 38%)
46% afirmam que usam o Facebook como fonte de consumo de notícias, 27% usam o YouTube, 20% o WhatsApp, 13% o Instagram, 11% o Twitter e 4% o LinkedIn .
Quem mais utiliza as mídias sociais como fonte de informação são os jovens – 67% entre 18 e 24 anos, 63% entre 25 e 34 anos.
O Digital 2020 é uma fonte incrível de insights e de reflexão. Normalmente, tem quatro atualizações anuais e está disponível de graça, em inglês.
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