Normalmente, as campanhas de mobilização criadas aqui na Gangorra são pedidos que surgem de uma necessidade imediata: precisamos fazer alguma coisa sobre uma situação específica
“Alguém que conhecesse o sinal vermelho, iria entender”
Com essa explicação, a mulher de 38 anos que foi resgatada das agressões do companheiro definiu a nossa realização em trabalhar com um dos tipos de projeto que faz mais sentido com tudo que a Gangorra defende: o desenvolvimento de campanhas de mobilização.
Desde junho de 2020, somos responsáveis pela geração de conteúdo e a comunicação da Campanha Sinal Vermelho contra a Violência Doméstica, lançada durante a pandemia pela Associação dos Magistrados Brasileiros – AMB (nossa cliente) em parceria com o Conselho Nacional de Justiça. Na época, esse material começou com um pedido simples de um post. Deste post, veio a necessidade de desdobrar uma campanha inteira com identidade visual, logomarca, vídeos, cartilhas, filtro para Instagram, ação com influenciadores, lives… Uma iniciativa que foi crescendo, mobilizando mais e mais gente, que nos enche de orgulho a cada dia. Uma conquista, tanto profissional quanto pessoal. Foram muitos os relatos de pessoas verdadeiramente impactadas – não só pela campanha em si – mas também pelos conteúdos que nós criamos. A hashtag #sinalvermelho foi usada no Instagram mais de 27 mil vezes.
Mas a sensação de saber que um post deu coragem a alguém pra sair de um relacionamento abusivo é impagável.
Normalmente, as campanhas de mobilização criadas aqui na Gangorra são pedidos que surgem de uma necessidade imediata: precisamos fazer alguma coisa sobre uma situação específica. Durante a pandemia de Covid-19, tivemos outras oportunidades de contribuir de uma forma realmente prática para uma causa que acreditamos.
Mesmo que seja parte do nosso serviço de estratégia digital prestado para um cliente, é um trabalho feito com carinho e empenho muito especiais. Nós literalmente vestimos a camisa de cada campanha.
A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) também chegou pra nós com uma inquietação: temos que falar sobre a importância da vacinação. Em menos de 24h, criamos o conceito e as primeiras peças já estavam no ar. Com o argumento de que “1 ml para me proteger e proteger você”, incentivamos não só que os próprios associados defendessem o uso das vacinas contra a Covid, bem como toda a sociedade brasileira. Uma campanha preocupada com a diversidade das imagens retratadas, com diferentes idades, cores de pele, tipos físicos. Uma campanha visualmente bonita e também com uma causa que nos identificamos como cidadãs.
Quase cinco anos antes da agência começar, eu já tinha uma quedinha por uma boa campanha de mobilização. Em 2013, a campanha “Esse Lugar é Seu” foi reconhecida como a campanha mais mobilizadora dentro do projeto Paraná do Bem da RPC. Com a ajuda da comunidade, de empresas e várias entidades locais, um parque abandonado foi devolvido à cidade completamente reformado, com a limpeza e retirada de toneladas de lixo. Coordenei a geração de conteúdo para a TV na época – com várias séries de reportagens durante pelo menos quatro meses – e as ações offline como o mutirão de limpeza, caminhada, visitas à favela vizinha ao parque, concurso de fotografia, arrecadação de materiais de construção, dezenas de reuniões e visitas. Uma enorme responsabilidade, é claro, mas uma memória inesquecível foi ter levado uma orquestra inteira para tocar dentro do parque durante a reinauguração.
Infelizmente, depois de um tempo, o poder público não cumpriu sua parte de manutenção do Parque Margherita Masini e ele voltou a ser palco do abandono. Mas nós sabemos que, juntos, é possível fazer uma ideia que começa bem pequena – com um post ou uma reportagem – efetivamente mudar a vida de outra(s) pessoa(s).
E nunca vamos desistir de fazer isso.